Rancho Queimado é uma cidade em vias de degradação. Há momentos em que você deve olhar para as coisas que ama e deixar de se iludir sobre sua situação. Quando a população acompanha ansiosa os desfeitos e as ingerências de seus líderes(?), é porque está na hora de juntar os pontos e dizer que há algo errado.
Claro que, diante de tudo isto, alguns podem (outros preferem) exercitar a arte milenar de esconder elefantes. Ela consiste em, diante de um elefante, descrever suas patas, depois o rabo, depois a tromba, depois as orelhas, como se elas fossem algo em si, e não partes de um todo. O que temos aqui em frente? Ah, temos umas patas de elefante, um rabo de elefante, uma tromba de elefante. Assim, o elefante passa incólume. O que temos aqui em frente? Ah, temos uma gestão catastrófica! Ok, continuemos a esconder o elefante, caso assim se prefira!
Bem, temos a figura de uma cidade em degradação, que não quer olhar para seus próprios fracassos e fazer uma autocrítica profunda de seu “modelo” de desenvolvimento, assim como não quer olhar o fracasso de quem pretensamente a administra (se é que há algo para administrar).
Rancho Queimado teve toda a continuidade administrativa que os políticos sonham. O mesmo grupo há quase duas décadas, com as mesmas palavras de ordem e o mesmo penteado. E o que acontece quando se junta os pontos? Muito pouco se comparado ao que o seu povo poderia ser capaz de criar e merece, mas não o quis (quer?).